Falo com o marido sobre isso e ele diz:
- pois, quiseste comprar um modelo que já não era recente quando te venderam e agora não vais encontrar grande coisa para ele, não seria preferível comprar um modelo mais recente?
- não obrigada, o telemóvel ainda funciona bem, simplesmente tem uma bateria já desgastada mas troca-se e está bom.
Vou a uma loja e procuro pela dita bateria:
- menina disso não temos, podemos pedir mas não sabemos a que preço sairá, mas tem aqui este modelo xpto que pode comprar para substituir esse.
- obrigada mas o meu está bom.
- menina se o seu "estivesse bom" você não estava aqui neste momento à procura duma bateria.
Escrevo um post num grupo do facebook para saber se alguém recomenda algum site que venda baterias. Os vários comentários dizem:
- ah esquece lá isso e compra outro.
- tens este site mas daqui por uns meses vais ter que comprar outro telemóvel porque esse já não vai ter upgrade tal.
- eu se fosse a ti comprava outro e usava esse apenas em caso de emergência.
E várias outras coisas do género.
O meu telemóvel funciona perfeitamente, tem uma câmara que me serve na perfeição, já lhe conheço as manhas e os ícones todos, as minhas músicas favoritas tem um coraçãozinho na app onde as ouço. Podia fazer um back up de tudo? Podia, posso e faço.
Mas depois fico a pensar, que tipo de sociedade criamos nós em que se descarta um aparelho só porque "já não é o mais recente", "já tem outro com mais capacidade/tecnologia/funções/sei lá eu". O meu aparelho só tem uma bateria desgastada.
Que tipo de sociedade criamos em que até os objetos (que nem podem sentir dor/stress/pressão) são colocados de parte só porque um pequeno detalhe deles já não funciona de modo óptimo?
Eu não sei se alguém algum dia vai entender o que pretendo passar, mas porquê? porque todo este descontentamento que nos leva a querer mais, melhor, mais recente, mais caro, mais tecnológico?
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